Não quero nunca renunciar à liberdade deliciosa de me enganar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Coisas, pessoas, momentos.

Há coisas que deixamos simplesmente ir. Pessoas e sentimentos. Eu achava que este distanciamento era apenas algo que fazíamos de quem não amávamos, mas não. 
Eu, por exemplo deixei ir o meu pai e o meu gato, sei que a esta altura me estarão a chamar insensível, pois! Coitado do meu gato! 
Deixei partir pessoas da minha vida com a certeza que não voltariam, deixei-os ir com tantos momentos que guardo e que jamais sairão em mim, por mais contraditório que isto se torne, abandonar as coisas, momentos e pessoas que foram boas nas nossas vidas, faz-nos francamente distanciar do que um dia fomos para dar lugar ao que um dia seremos.
Eu por exemplo, que nunca fui saudosista custava-me muito ter de abandonar o que um dia tive. Hoje apercebi-me disto, temos que "dar largas ao coração" e deixar partir quem um dia quisemos ter ao lado mais que nunca.
Mesmo que lutando com unhas em dentes não há espaço para todas as pessoas que conhecemos, desde sempre. O que me faz pensar que dizer "adeus meu amor", pode deixar um gosto doce, por vezes.
 Hoje isso deixou-me um travo lento e amargo o dia todo. E hoje, eu vou beber um golo de vinho rosé, mas fingir como nos filmes que sou uma pessoa amargurada a beber uma bebida muito forte com pedras de gelo, farei a mesma cara, a mesma expressão. Para depois, continuar.

Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo prá me ver
E que nunca na vida me encontrou


Sem comentários: